terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Psiquiatra imaginário: Os lápis e canetas

-Tina, na analise passada falamos do papel. Hoje será o lápis.
-Ok, ok. Mas o que você pretende com esses objetos? Quer saber se eu terminei os estudos? Quer que eu vire professora? Quer que eu trabalhe em um armarinho?
-Muito engraçado.-ele nem riu- mas não, quero ver com quais objetos se identifica. E afinal não tenho que te dar explicações.
-Claro que tem eu te pago pra isso.
-Não. Você me paga pra falar da sua vida e eu só escuto.Como você vê o lápis?
-Depende da cor... tem uns coloridos, tem uns pretos e tem os lápis borracha. Tem os pequenos e grandes.
-Essa analise não está sendo produtiva.
-Esse problema é seu, te pago pra isso.
-Não. Você me paga pra falar da sua vida e eu só escuto.
-Sempre a mesma coisa. Enfim eu vejo os lápis como um grande filho da puta mas não tão grande como as canetas.
-Por que?
-Por que elas escrevem em mim. Se eu sou o papel e o resto da humanidade são as canetas e os lápis eu sou a única que morre primeiro. Eles escrevem meu destino. Eles são uns filhos de uma mãe cujo faz de tudo pra vira uma puta pobre!
-Hum?...
-Não quero ser um papel, quero trocar de papel. Se sou papel eu morro primeiro né?
-Não sei, diz você.
-É! Eu morro. Eles erram em cima de mim, me jogam fora e eu morri enquanto eles vivem durante muito tempo   até que acaba a ponta do lápis mas ai renovam ele. O apontador de lápis na verdade é um salão de beleza. Os lápis são essas meninas que vivem no salão, malditas! E as canetas... vacas! Se conservam com suas tampas mas mal sabem elas que sua tinta, seu conteúdo vai acabar e ela vai pro lixo. Ela fez comigo e outra coisa vai fazer o mesmo com ela. Bem feito.
-Definitivamente essa analise não foi produtiva.
-Eu te pago pra isso e cala a boca!
-Mas eu sou imaginário...

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