quarta-feira, 8 de março de 2017

Maria

Eu, mais uma maria, filha da nação
Servente de capacho pra limpar sapato de patrão
Mente pensante sem a devida valorização
É meus amigos... bem vindos à neoescravidão.
Me disseram que faço parte da grande massa
A preta, pobre e favelada.
Essa massacrada por fuzis de coturnos
Que interrompem o silêncio noturno ao som de balas
Comandadas por ternos e gravatas
Em nome do povo, em prol da massa.
A mesma massa que por eles é dizimada.

Eu, mais uma entre tantas marias
Ainda vida.
Superando estatísticas.
Levo sempre comigo o respeito, inteligência e sabedoria
E na favela, meus amigos, é Deus quem me guia.

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